05/07/09

Ciberbullying

"Megan Meier, de 13 anos, era uma adolescente americana com problemas de auto-estima e medicada com antidepressivos. O fim da sua relação com “Josh”, o rapaz com o qual se relacionava virtualmente há várias semanas na rede social MySpace foi a gota de água. A jovem enforcou-se nesse mesmo dia, no armário do seu quarto. O caso, que remonta a 2006, seria apenas trágico, se não fosse também um processo judicial. É que afinal “Josh” era uma mulher de 49 anos que foi ontem ilibada de todas as acusações. O juiz reverteu uma anterior sentença, que a tinha considerada culpada de três delitos menores, depois de um júri a ter inocentado da acusação de conspiração criminosa.O caso fez correr rios de tinta em todo o mundo. Em 2006, numa pequena localidade do estado do Missouri chamada Darden Priar, Megan Meier começou a interagir virtualmente com um jovem que dava pelo nome de Josh Evans. Ao cabo de cinco semanas de relacionamento, o alegado jovem disse que queria cortar o contacto com Meier, escrevendo-lhe mensagens cruéis como “o mundo seria um lugar melhor sem ti”. Psicologicamente instável, a adolescente cometeu suicídio. Pouco depois da sua morte, a conta de Josh Evans foi apagada mas a verdade não tardou, porém, a vir ao de cima. Josh Evans era afinal a vizinha Lori Drew, de 49 anos, uma bem sucedida empresária e mãe de uma adolescente que era colega da própria Meier. O grau de envolvimento de Drew em todo o caso nunca ficou totalmente esclarecido. Segundo a própria, a falsa identidade no MySpace foi criada pela filha e por uma funcionária da sua empresa caseira, sem que ela tenha intervindo. Nunca ficou claro se a mulher teve uma participação activa nas mensagens trocadas entre "Josh" e Megan, se estava a par da "brincadeira" e sancionou a situação, ou se tinha apenas uma vaga ideia do que se passava.Ainda assim, Drew foi levada a tribunal por um crime de conspiração criminosa e três acusações de acesso ilegal a informação armazenada em computadores - ou seja, a informação da adolescente disponibilizada no site MySpace. Criar uma conta fictícia no MySpace viola as regras de utilização, que qualquer utilizador tem de aceitar para se inscrever. Ao introduzir dados falsos, argumenta a acusação, Drew acedeu ilegalmente à informação existente no site.Pelos três crimes menores, Drew foi considerada culpada em Novembro passado, faltando ao júri californiano (estado onde decorria o julgamento, uma vez que o MySpace tem aí sede) pronunciar-se acerca da acusação de conspiração criminosa. A sentença saiu finalmente: Drew foi absolvida. E por causa disso, o juiz George Wu anunciou agora que irá regovar a anterior condenação da americana, agora com 50 anos, que poderia cumprir um ano de prisão e pagar mil euros de multa. Wu indicou estar preocupado com o facto de este caso poder abrir um perigoso precedente. Se Drew fosse condenada por quebrar os termos e as condições de uso de um site de Internet, “poder-se-ia perseguir basicamente todas as pessoas que já tenham violado as condições de uso” de uma rede social, alegou Wu.Já há um mês que o mesmo juiz tinha indicado que estava a considerar os argumentos da defesa, que pediam que o veredicto de Novembro fosse revisto, já que considerava “estranha” a aplicação das leis contra o crime informático neste caso, uma vez que não há legislação específica a ser aplicada a este caso.“Será delito uma conduta que é levada a cabo todos os dias por milhões de pessoas?”, questionou publicamente o juiz. “Se as pessoas lêem as condições de uso e ainda assim dizem que têm 40 anos em vez de 45, isso é um delito?”.“O único propósito neste caso é converter Lori Drew num símbolo público do ciberbullying (acosso via Internet)”, tinha indicado igualmente um dos advogados da mulher, segundo a BBC." Notícia retirada daqui
No último dia de aulas a Professora Maria João, alertou-nos para este problema, enquanto futuros pais e professores devemos estar atentos aos comportamentos dos jovens de forma a evitar que sejam vítimas de ciberbullying..
Esta notícia, já correu mundo e exemplifica o quão terrível pode ser o mundo da web para os jovens indefesos. Como adultos cabe-nos a missão de alertar, informar, explicar e proteger todos os jovens.

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